28.10.05
Nasi e Fábio Assunção
Fábio Assunção estava em Porto Alegre para lançar um filme em que contracenava com Murilo Benício. Nasi foi entrevistá-lo.
-- Oi, eu sou da revist....
-- Nossa, você parece o Murilo.
-- Hã?
-- O Murilo Benício. Nunca te disseram?
-- Ahnnn...
-- Você é igual ao Murilo.
-- É, bem...
Nasi vai ficando vermelho.
-- Olha, acho que você deveria admitir que parece com o Murilo Benício. Eu acabo de fazer um filme com ele. UM LONGA. A gente é AMIGO. A gente CONVIVE. Então, se eu tou dizendo que você é a cara dele, você realmente deveria ouvir o que estou dizendo.
-- Oi, eu sou da revist....
-- Nossa, você parece o Murilo.
-- Hã?
-- O Murilo Benício. Nunca te disseram?
-- Ahnnn...
-- Você é igual ao Murilo.
-- É, bem...
Nasi vai ficando vermelho.
-- Olha, acho que você deveria admitir que parece com o Murilo Benício. Eu acabo de fazer um filme com ele. UM LONGA. A gente é AMIGO. A gente CONVIVE. Então, se eu tou dizendo que você é a cara dele, você realmente deveria ouvir o que estou dizendo.
25.10.05
A musa violentada
Na gaveta embaixo dos casacos, guardo uma caixinha de música. Quando a abro, ouço um mecanismo de cordas desafinado tocar Luar do Sertão. Lá dentro, estão as pequenas lembranças da minha vida: as medalhas de ouro das olimpíadas rosarienses de 1993, uma Parker lascada e entupida que eu tenho preguiça de limpar, o casal de dinossauros de borracha Rodrigo (por causa de O Tempo e O Vento) e Maria do Carmo (d'après Rainha da Sucata), uma fitinha do Senhor do Bom Fim e um envelope com fotos.
Abri-o para tentar encontrar uma foto de Joana Aguiar, a pedido do Paulinho, em comentário logo abaixo. Achei essa, de 1967. No círculo vermelho, temos Joana. De cá pra lá: o desaparecido político Jean Jenau, eu, Jô (naturalmente), o poeta Octavio Paz, a atriz Mia Farrow e Bogadinho.
Estávamos na Riviera, numa época em que o ópio e o vermute estavam estranhamente em voga. Fomos todos de barco, num cruzeiro-bacanal. As lembranças, naturalmente, se escassearam ao longo dos anos. Mas não consigo esquecer os gritos de Joana, que estava naquela noite no quarto ao lado do nosso. Nenhum de nós conseguiu, e creio que jamais conseguirá. Sabíamos: ela estava sendo estuprada por nosso anfitrião, o Conde de Albergairinhas. Mas o que fazer? Estávamos dopados, não sentíamos nada, nada além de culpa.
24.10.05
Strokes abalam São Paulo
Antes mesmo do começo de sua apresentação, o conjunto musical The Strokes abalou a cidade de São Paulo, relata a Folha. Livros caíram de suas estantes. Donas de casa sentiram os efeitos petárdicos dos novaiorquinos a quilômetro do Anhembi, onde a banda se apresentaria momentos depois.
"O efeito é conhecido na Física como entropia antecipada", explicou por telefone o físico José Lewgowsky, da Universidade de São Paulo. Segundo a teoria, detalhada com exclusividade para o Vila Gaúcha nesta madrugada, eventos de magnitude ímpar acumulam energia, que acaba extravazando para as placas tectônicas antes mesmo de sua realização. "Não é tão anormal quanto se pensa", explica o cientista. "Neste caso, a energia já estava na Arena Skol, mas ela era tão grande que teve que se manifestar. E a Zona Norte não é tão longe assim", avalia Lewgowsky.
O pesquisador também acredita que a banda Arcade Fire teve uma parcela de culpa no fenômeno sísmico.
"Ninguém toca vibrafone impunimente. Afinal, é um VIBRAfone, né?", conclui.
"O efeito é conhecido na Física como entropia antecipada", explicou por telefone o físico José Lewgowsky, da Universidade de São Paulo. Segundo a teoria, detalhada com exclusividade para o Vila Gaúcha nesta madrugada, eventos de magnitude ímpar acumulam energia, que acaba extravazando para as placas tectônicas antes mesmo de sua realização. "Não é tão anormal quanto se pensa", explica o cientista. "Neste caso, a energia já estava na Arena Skol, mas ela era tão grande que teve que se manifestar. E a Zona Norte não é tão longe assim", avalia Lewgowsky.
O pesquisador também acredita que a banda Arcade Fire teve uma parcela de culpa no fenômeno sísmico.
"Ninguém toca vibrafone impunimente. Afinal, é um VIBRAfone, né?", conclui.
23.10.05
Joana, a nossa Juliette Greco
Confesso que gostava muito desta época, quando nos reuníamos no Salão Azul da Biblioteca Municipal do pequeno município de Lagos Profundos. Fumávamos de quando em vez Gauloises que havíamos furtado da mala do filósofo Camus.
Albert, como Joana Aguiar ainda o chamava anos depois, não gostara do Brasil. Detestara mais ainda Porto Alegre. Mas babou nas coxas grossas de Joana por cinco ou seis minutos. Em seguida, suspirou exausto e se foi deitar. E foi quando Joana, então com seus 17 anos, descobriu que as coisas ganham as proporções a que lhes atribuímos. Os cinco ou seis minutos de baba fizeram dela a nossa musa do niilismo, uma Juliette Greco morena, de coxas grossas e pouco peito, mas com narizinho arrebitado, que a Camus pode ter parecido francês, mas que pra nós, e nós sabíamos disso, era puro Monteiro Lobato.
20.10.05
Maldade do Fogo Encantado
A Liane foi pro show do Cordel. Eu, a Cíntia e o Marco fomos pro cintiamóvel:
-- Show do Cordel é legal. Tem o dragão de fogo, as pessoas ficam felizes. O problema é que as minas não se depilam -- eu disse.
A Cíntia já saiu defendendo:
-- Nasiiiiiiiiiii, a Liane se depila.
Contextualizei imediatamente:
-- Cíntia, pro público do Cordel, a Liane é praticamente uma vendedora da Daslu.
-- Publica isso no blog, publica isso no blog -- pilhou o Marco.
-- Show do Cordel é legal. Tem o dragão de fogo, as pessoas ficam felizes. O problema é que as minas não se depilam -- eu disse.
A Cíntia já saiu defendendo:
-- Nasiiiiiiiiiii, a Liane se depila.
Contextualizei imediatamente:
-- Cíntia, pro público do Cordel, a Liane é praticamente uma vendedora da Daslu.
-- Publica isso no blog, publica isso no blog -- pilhou o Marco.
18.10.05
Poeminha na madrugada
Ei, ei, pára tudo. Uma moça querida acaba de fazer um poema pra mim. PRA MIM. Sério. De verdade. Nossa, estou muito, muito feliz. Vejam, queridos amigos, vejam o melhor motivo pra se dormir feliz:
Tão longe, tão perto
Não falo com você
Não escuto sua voz
Sinto sua presença
Te percebo nos mais ternos momentos
Me conheces pelos avesso
E mesmo assim não sabes quem eu sou
Vês o que quero mostrar e ainda assim vês além
Mais que tudo vês o que ninguém mais vê
Tão perto, tão longe
Não sei de ti há tanto tempo
Ainda te conheço
Sei dos seus segredos
Não conheço tuas manias
Mas sou íntima da forma mais estranha
E quando nos vemos toda a estranheza parece comum
***
Tão longe, tão perto
Não falo com você
Não escuto sua voz
Sinto sua presença
Te percebo nos mais ternos momentos
Me conheces pelos avesso
E mesmo assim não sabes quem eu sou
Vês o que quero mostrar e ainda assim vês além
Mais que tudo vês o que ninguém mais vê
Tão perto, tão longe
Não sei de ti há tanto tempo
Ainda te conheço
Sei dos seus segredos
Não conheço tuas manias
Mas sou íntima da forma mais estranha
E quando nos vemos toda a estranheza parece comum
17.10.05
Só pra registrar
Hoje faz três anos que o tio aqui tem blog. Não este blog. Mas blog. Ou blogs. Eles não servem pra muita coisa, na prática. Ou servem pra muitas coisas, se você for um moço sonhador.
15.10.05
Caixinhas
Andy Warhol fez uma Cápsula do Tempo, que virou um projeto lindo na internet, vejam aqui.
Ele guardou recortes numa caixinha. Recortes que tinham a ver com ele, sim. Mas que estavam muito longe de ser ele. A idéia foi brincar com o efêmero, torná-lo mais permanente.
Todos nós temos uma caixinha dessas -- pode nem ser uma caixa de fato, pode ser só a cabecinha da gente. É lá que a gente guarda coisas que na real não têm muito valor, mas, guardando, acaba valorizando.
Só não vira lixo o que a gente acha que presta, por um ou outro motivo. E daqui a pouco a gente acha que aquela tralha toda é o que faz ser quem a gente é.
Ele guardou recortes numa caixinha. Recortes que tinham a ver com ele, sim. Mas que estavam muito longe de ser ele. A idéia foi brincar com o efêmero, torná-lo mais permanente.
Todos nós temos uma caixinha dessas -- pode nem ser uma caixa de fato, pode ser só a cabecinha da gente. É lá que a gente guarda coisas que na real não têm muito valor, mas, guardando, acaba valorizando.
Só não vira lixo o que a gente acha que presta, por um ou outro motivo. E daqui a pouco a gente acha que aquela tralha toda é o que faz ser quem a gente é.
14.10.05
Faltando duas semanas para o show
Shut me up, shut me up
And I'll get along with you
Saiu a nova música dos Strokeeeeeeeeeees!
And I'll get along with you
Saiu a nova música dos Strokeeeeeeeeeees!
13.10.05
Naquela época tínhamos uma Cat Power
Um dia, do nada, o Fernando anunciou que ia fazer um show da Cat Power no Garagem Hermética.
A Cat Power.
No Garagem.
A Cat Power, pra tocar, exige silêncio joãogilbertiano. Se não, levanta e vai embora. A diferença é que ela deixa a gente fumar; o João não.
O Garagem pede barulho -- foi onde a gente fez barulho por anos e anos, é onde os punkinhos detonam cordas e cordas de guitarras toda semana.
Foi um show sublime, mas tenso. As pessoas iam ficando bêbadas e o perigo de alguém gritar e acabar com a sublimação aumentava e aumentava. Mas todo mundo se comportou.
A Cat Power.
No Garagem.
A Cat Power, pra tocar, exige silêncio joãogilbertiano. Se não, levanta e vai embora. A diferença é que ela deixa a gente fumar; o João não.
O Garagem pede barulho -- foi onde a gente fez barulho por anos e anos, é onde os punkinhos detonam cordas e cordas de guitarras toda semana.
Foi um show sublime, mas tenso. As pessoas iam ficando bêbadas e o perigo de alguém gritar e acabar com a sublimação aumentava e aumentava. Mas todo mundo se comportou.
12.10.05
Nos últimos tempos, reunir todo mundo tá brabo. Sempre tem um viajando pra Idaho, outro tirando uns diazinhos pra pôr peito, outros quebrados em casa sem conseguir se mexer. Tem os que chegam tarde, os que trabalham em Higienópolis, os que dão cano, os que desencanam do nada. Tem mais gente sumindo que atuando. Portanto, a foto acima não tem casting completo, porque dificilmente seria doutra forma. O que não a faz menos fofa.
A pedidos
As carpas foram nadar noutras paragens. Porque o Paulinho e a Liane pediram, porque eu tava sem saco de evoluir positivamente no layout rumo ao laranja, porque eu tenho o modelo azul arquivado pra quando a gente quiser que ele volte a ser laranja, porque essas coisas não são tão importantes assim.
10.10.05
Já que estamos falando de poesia
Fabrício Carpinejar e o primeiro beijo. Leiam.
7.10.05
Mais uma poeta desconhecida
Lila Ripoll. Ela escreveu coisas incríveis. Teve um fim de vida sofrido, culpa da ditadura, e deixou um lindo bilhete de despedida pros amigos. Tem uma obra completa dela, que saiu uns anos atrás. É de lá que tirei:
Eu preciso viajar...
Eu preciso sair. Andar, Viajar um pouco.
Necessito fazer uma cura de alma.
Aqui, meu coração, por certo (um pobre louco!)
Perderá, por completo, a razão e a calma...
Eu preciso viajar. Para onde? Não sei.
Qualquer vento me serve. Eu não tenho destino.
Sou um barco sem vela, que viaja sem lei.
E de longe, dirão: -- "Quem será o menino"
Que atirou para o mar, esse barco vazio?"
Vai quebrar. Vai partir. Não tem leme, nem vela,
"E as águas do mar, não são as águas de um rio..." --
Ninguém sabe o que diz. Todos erram, pensando.
O meu barco está cheio, pesado e sombrio,
Pois é o meu que ele vai carregando...
As tristezas que leva!... Nem quero pensar...
São segredos que guardo, que escondo comigo:
Os fantasmas que eu amo e desejo matar!
Qualquer porto que encontre será meu abrigo.
Qualquer vento me serve. Eu preciso é viajar!...
Eu preciso viajar...
Eu preciso sair. Andar, Viajar um pouco.
Necessito fazer uma cura de alma.
Aqui, meu coração, por certo (um pobre louco!)
Perderá, por completo, a razão e a calma...
Eu preciso viajar. Para onde? Não sei.
Qualquer vento me serve. Eu não tenho destino.
Sou um barco sem vela, que viaja sem lei.
E de longe, dirão: -- "Quem será o menino"
Que atirou para o mar, esse barco vazio?"
Vai quebrar. Vai partir. Não tem leme, nem vela,
"E as águas do mar, não são as águas de um rio..." --
Ninguém sabe o que diz. Todos erram, pensando.
O meu barco está cheio, pesado e sombrio,
Pois é o meu que ele vai carregando...
As tristezas que leva!... Nem quero pensar...
São segredos que guardo, que escondo comigo:
Os fantasmas que eu amo e desejo matar!
Qualquer porto que encontre será meu abrigo.
Qualquer vento me serve. Eu preciso é viajar!...
Oração
Eu ia escrever uma piada. Sobre o Brigadeiro do Pastoreio, porque aqui, dizem, não existe negrinho. Por causa da Cíntia e de todos nós, porque a gente perde as coisas.
Mas aí eu achei o poema. O poema é do Augusto Meyer, modernista gaúcho. Um bom poeta. Aqui em São Paulo não se sabe quem ele era. Mas em Porto Alegre também não se sabe. É bom praquela gente toda de lá que diz que aqui não se valoriza o que é bom e vem de lá. Oras, lá também não.
O poema é lindo. Abdiquei da brincadeira.
(Lá na casa da minha avó se falava da lenda -- meu tataravô foi quem amarrou o Negrinho no formigueiro)
****
Oração do Negrinho do Pastoreio
Eu quero achar-me, Negrinho!
(Diz que você acha tudo)
Ando tão longe, perdido...
Eu quero achar-me, Negrinho:
A luz da vela me mostre
O caminho do meu amor
Negrinho, você que achou
Pela mão da sua madrinha
Os trinta tordilhos negros
E varou a noite toda
De vela acesa na mão
(Piava a coruja rouca
No arrepio da escuridão
Manhãzinha, a estrela d'alva
Na voz do galo cantava
Mas quando a vela pingava
Cada pingo era um clarão)
Negrinho, você que achou
Me leve à estrada batida
Que vai dar no coração
(Ah! os caminhos da vida
Ninguém sabe onde é que estão!)
Mas aí eu achei o poema. O poema é do Augusto Meyer, modernista gaúcho. Um bom poeta. Aqui em São Paulo não se sabe quem ele era. Mas em Porto Alegre também não se sabe. É bom praquela gente toda de lá que diz que aqui não se valoriza o que é bom e vem de lá. Oras, lá também não.
O poema é lindo. Abdiquei da brincadeira.
(Lá na casa da minha avó se falava da lenda -- meu tataravô foi quem amarrou o Negrinho no formigueiro)
****
Oração do Negrinho do Pastoreio
Eu quero achar-me, Negrinho!
(Diz que você acha tudo)
Ando tão longe, perdido...
Eu quero achar-me, Negrinho:
A luz da vela me mostre
O caminho do meu amor
Negrinho, você que achou
Pela mão da sua madrinha
Os trinta tordilhos negros
E varou a noite toda
De vela acesa na mão
(Piava a coruja rouca
No arrepio da escuridão
Manhãzinha, a estrela d'alva
Na voz do galo cantava
Mas quando a vela pingava
Cada pingo era um clarão)
Negrinho, você que achou
Me leve à estrada batida
Que vai dar no coração
(Ah! os caminhos da vida
Ninguém sabe onde é que estão!)
Mais uma colaboração do leitor Comodoro Fabiano
Contribuição do leitor Comodoro Fabiano
6.10.05
Tiro no Pé
Definitivamente não existe campanha melhor a favor da proibição de venda de armas de fogo e munições (a campanha do SIM) do que a própria campanha do Não.Eu não sei se vocês já viram ou ouviram, mas um comercial infeliz utiliza como argumento o movimento pelas eleições diretas, de 1984. A argumentação compara o direito comprar armas de fogo com o direito ao voto direto e insinua que o eles (do governo) novamente irão tirar um direito do cidadão. O curioso é que a campanha justamente convoca o cidadão a exercer o direito de votar. Ou seja: se eles (do governo) realmente acabarem com este direito do cidadão, não será, por acaso, porque os próprios assim o quiseram??? (dããã!!!).
Jerry Seinfeld tem razão: nunca discuta com uma pessoa que está segurando uma arma, pois ela não precisa de mais nenhum argumento.
Jerry Seinfeld tem razão: nunca discuta com uma pessoa que está segurando uma arma, pois ela não precisa de mais nenhum argumento.
4.10.05
3.10.05
No topo da cadeia alimentar
Açucar branco?
Bleargh!!!
Farinha de Trigo?
Eca-meleca!!!!
Nicotina? Peito de Peru?
Yummy!!!
Ganha um Whooper Duplo com queijo quem acertar o nome da pessoa que está no topo da cadeia alimentar
Bleargh!!!
Farinha de Trigo?
Eca-meleca!!!!
Nicotina? Peito de Peru?
Yummy!!!
Ganha um Whooper Duplo com queijo quem acertar o nome da pessoa que está no topo da cadeia alimentar